quinta-feira, 7 de abril de 2016

Quando se coloca a culpa no sobrenatural

Marcelo Gil da Silva
Teólogo

Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN) Graduado



Imagem extraída de luzesdosmundos.blogspot.com.br
As escolhas definem o destino e pode-se escolher fazer algo que transforme o mundo, ou atribuir o bem e o mal à divindade. Fala-se de fome entre nós humanos e não é pouca, principalmente entre as crianças. Fala-se de que se envergonhem os que creem em Deus, cobrando desse Deus as soluções, especialmente ao sofrimento dos mais pobres.

A vergonha está na vida de mentiras dos que vivem confortavelmente, quando não autores, são cúmplices da miséria e do assassinato dos mais pobres. Ainda que não se invoque o nome de Deus, pois muitos que o invocam não compartilham sua verdade, a verdade está na justiça, a mesma justiça que os que vivem confortavelmente ignoram. Os homens inventam seus deuses para os culparem de suas maldades e justificar suas preguiças. Se empanturram em banquetes e praticam a injustiça, se iludindo nas ideologias compradas.

Deus é o sol da justiça. O ser humano em sua maldade comete todo tipo de injustiça. Na Antiguidade, a Humanidade tem um código, pelo qual o seguindo haverá justiça. Porém, com a maldade humana, especialmente dentre os grupos de poder, o ser humano se aproxima da injustiça e oprime a si mesmo. Pessoas se levantaram contra as injustiças, mas foram perseguidas. Citando o nome de Deus ou não, mas sendo justo, tem-se o próprio espírito da justiça, portanto de Deus. Mas há aqueles que preferem a injustiça e são ignorantes para compreender Deus, ou seja, são ignorantes da justiça. Dizem mentiras, buscam prejudicar o próximo, como possuem o ódio no coração. São esses os que não possuem Deus, ou seja, a justiça em si. São esses, ignorantes.

O engano está em acreditar que Deus deixa morrer de fome milhões de crianças, pois isto é o próprio ser humano que faz contra si mesmo. Há aqueles que creem em Deus como o provedor da justiça e a compartilham com ele. Há aqueles que acreditam na justiça e a buscam. Tanto um grupo como o outro possuem esse espírito que nada mais é que amor. No entanto, há aqueles que são iludidos pelas maldades do mundo e se dizem de Deus, mas não são justos, como os que não creem nele e, também não praticam a justiça. São esses os que se dizem honestos, mas expressam ódio, mentiras, agressividades e ofensas. Não possuem nenhum argumento para suas falsidades, mas falam de justiça e não são justos. São estes os que não possuem Deus no coração, pois não possuem amor e, são incapazes de amar, de respeitar ao próximo e agir com justiça. Justificam a violência humana como inoperância do sobrenatural, para camuflar a ganância dos que se dizem justos e honestos.

O engano está em culpar Deus do que o ser humano faz. O ser humano oprime a si mesmo. Palavras de ódio e agressividade demonstram o caráter desonesto e injusto, pois é disso que o coração está cheio. Diferentemente de quem busca a justiça, por sua vez, quem é de Deus, ou mesmo é justo sem Deus, pois com o coração cheio de amor, expressa-se com amor. As guerras que a Humanidade faz contra si mesma nunca foram em nome de alguma divindade. Sempre foram para sustentar a ganância e garantir o sistema de opressão dos grupos de poder em detrimento do mais pobre.

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