quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A busca pela Israel histórica

Marcelo Gil da Silva
Teólogo

Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN) Graduado


Imagem extraída de exame.abril.com.br


Airton José da Silva descreve através do texto “A História de Israel na Pesquisa Atual” essencialmente a ruptura do consenso a respeito da história de Israel, existente até a década de 1970, o qual toma como base pensamentos de alguns pesquisadores, assim como os seminários ocorridos entre 1996 e 2000, denominado Seminário Europeu sobre Metodologia Histórica, com participação de um grupo multinacional de pesquisadores.

Silva comenta a respeito do estudo da História de Israel, mediante essa ruptura, não ser mais tratada da mesma forma, porém, levando-se em conta novas possibilidades, como tratando da “região bíblica” a partir de novos olhares, acrescentado os povos vizinhos, ou mesmo tratando como história da Síria/ Palestina.

A abordagem retrata o intuito dos pesquisadores em não depender da Bíblia para tratar a respeito da história do povo israelita, procurando se desvincular dos termos “geografia bíblica”, “arqueologia bíblica” e, assim por diante. E nesse ponto, encontra-se muita dificuldade, em decorrência de um tempo distante e grande ausência de material contemporâneo aos momentos históricos em questão.

Contudo, surgem então as especulações a respeito de pontos chaves na história bíblica, como: os patriarcas, sua existência e quando; a monarquia de Davi e Salomão, uma realidade ou ficção; exílio, diáspora ou deportação; pós-exílio, sendo uma reocupação de Canaã, ou o povo que já estava lá, que progrediu e “inventou” toda a história.

Silva menciona algumas vezes a respeito de valorizar ou não as narrativas. O que considero um ponto importante, pois não vejo a ciência apenas com comprovações através da experiência, mas também a consideração do relato e de seu possível relator. Sendo evidente um pensamento mais abrangente, o qual, nesse caso, tratando-se de história, a arqueologia (não necessariamente bíblica), as narrativas israelitas e dos povos vizinhos, além de novos métodos de análise histórica, ou seja, como sugere Silva, uma multiplicidade de métodos.

Coloco ainda, minha corroboração especificamente na importância da investigação histórica e o que Silva deixa transparecer a respeito de não deixar de lado as narrativas, como a aplicação da multiplicidade de métodos para tal investigação da História de Israel, ou História Sírio/ Palestina. Em soma a isso, os textos produzidos do Antigo Testamento, não contemporâneos aos eventos, possuem já influência idiomática, como cultural de demais nações, tendo em vista a diversidade de povos na região correspondente e, indo mais além, até mesmo influências religiosas, percebendo que o povo israelita foi se tornando monoteísta. Por fim, coloco também que as narrativas bíblicas possuem características pré-filosóficas, o que deve ser levado em conta ao utilizá-las em 



Referências

Bíblia Online. Nova Versão Internacional. Disponível em [https://www.bibliaonline.com.br]. Data de acesso: 31 Jul 2016.

BÍBLIA, Português. Bíblia sagrada. Trad. João Ferreira de Almeida. Ver. Revista e Atualizada no Brasil. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.

SILVA, Airton José da. A História de Israel na Pesquisa Atual. In: CRISTOFANI, José Roberto. História de Israel. Dourados: UNIGRAN, 2013.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Negro ou preto?

Marcelo Gil da Silva

Teólogo

Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN) Graduado




Nabby Clifford, conhecido como o embaixador do Reggae no Brasil fala a respeito de negro ou preto...




Para ouvir Nabby Clifford, logo abaixo está uma canção, "London, London", composta por Caetano Veloso em 1971, no exílio em Londres, com uma letra marcante que retrata a solidão, que mesmo tendo amigos, também exilados, como Gilberto Gil, sentia-se solitário num país estranho.






quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Independência do Brasil

Marcelo Gil da Silva

Teólogo

Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN) Graduado


Independência ou Morte - óleo sobre tela de Pedro Américo, 1888. Imagem do Museu Paulista (São Paulo-SP)
A independência do Brasil foi conquistada ao custo de uma guerra sangrenta que durou aproximadamente vinte um meses, marcada por intrigas, violência e diferentes posicionamentos políticos. A conturbada reviravolta dos finais do século XVIII e início do século XIX, com os ideais revolucionários franceses, o balanço entre renovação romana e os ensaios democráticos americanos, determinaram um cenário complexo à família real luso brasileira, com a missão um tanto circunstancial de levar à Europa e, manchada com sangue, a novidade da monarquia constitucional, abolindo o absolutismo e influenciando as próprias constituições republicanas.

Pouco comentado nas ruas brasileiras, como pouco explorado o tema "Independência do Brasil", pelo ensino tradicional, é uma história intrigante e determinante, não apenas para entender o cenário brasileiro atual, mas nos dá um entendimento a respeito do cenário político de todo mundo ocidental.

No entanto, não podemos apenas tratar limites territoriais e quem governa tais limites, pois os elos ideológicos brasileiros estão conectados a seus antigos elos europeus, como os novos elos estadunidenses, determinando o modo de vida brasileiro, como uma extensão do modo de vida europeu com elementos do modo de vida dos Estados Unidos, ou a extensão do modo de vida dos Estados Unidos com lembranças do europeu.

E no campo ideológico, que se estende ao religioso, dentre todo um aspecto cultural, ainda é necessário uma independência do Brasil. Por mais que tenhamos desenvolvido uma cultura mesclada com a nativa pré-colombiana, além da africana e, nessa mescla, elementos religiosos, terminamos por importar as religiões do hemisfério norte e, com elas, toda sua construção teológica. Assim, quando pensamos em teologia, a temos em geral, importada ou iniciada a partir dos elos pré-independência.

Assim, percebe-se que não se trata apenas a dependência teológica, ideológica e etc. no Brasil, mas em toda a América Latina, a qual dentre seus ensaios tem como mais determinante a elaboração de uma nova teologia, a Teologia da Libertação, por volta dos anos 1970, que vem a contrapor os objetivos nortistas de divisão de classes e exploração do trabalho da maioria. Tais objetivos sob a suposta bandeira da liberdade e oportunidades, com ideologias político-religiosas estáveis do tipo status quo (deixa como está).

De qualquer forma, ainda torna-se necessária a conquista da independência não apenas do Brasil, mas da humanidade, dos grupos de poder acumuladores de quase todos os recursos disponíveis a nossa espécie. Toda vaidade trata-se do lado que acredita que somente alguns tenham sua linhagem continuada e do lado que acredita na continuidade de toda a humanidade.   



Referências

Bíblia Online. Almeida Corrigida e Revisada Fiel. Disponível em [https://www.bibliaonline.com.br]. Data de acesso: 21 Ago 2016.

Bíblia Online. Nova Versão Internacional. Disponível em [https://www.bibliaonline.com.br]. Data de acesso: 21 Ago 2016. 

BÍBLIA, Português. Bíblia sagrada. Trad. João Ferreira de Almeida. Ver. Revista e Atualizada no Brasil. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.

GOMES, Laurentino. 1822. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2010.