Marcelo Gil da Silva
Teólogo
Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN) Graduado
Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN) Graduado
Imagem extraída de exame.abril.com.br |
Airton José da Silva descreve através do texto “A História de Israel na Pesquisa Atual” essencialmente a ruptura do consenso a respeito da história de Israel, existente até a década de 1970, o qual toma como base pensamentos de alguns pesquisadores, assim como os seminários ocorridos entre 1996 e 2000, denominado Seminário Europeu sobre Metodologia Histórica, com participação de um grupo multinacional de pesquisadores.
Silva comenta a respeito do estudo da História de Israel, mediante essa ruptura, não ser mais tratada da mesma forma, porém, levando-se em conta novas possibilidades, como tratando da “região bíblica” a partir de novos olhares, acrescentado os povos vizinhos, ou mesmo tratando como história da Síria/ Palestina.
A abordagem retrata o intuito dos pesquisadores em não depender da Bíblia para tratar a respeito da história do povo israelita, procurando se desvincular dos termos “geografia bíblica”, “arqueologia bíblica” e, assim por diante. E nesse ponto, encontra-se muita dificuldade, em decorrência de um tempo distante e grande ausência de material contemporâneo aos momentos históricos em questão.
Contudo, surgem então as especulações a respeito de pontos chaves na história bíblica, como: os patriarcas, sua existência e quando; a monarquia de Davi e Salomão, uma realidade ou ficção; exílio, diáspora ou deportação; pós-exílio, sendo uma reocupação de Canaã, ou o povo que já estava lá, que progrediu e “inventou” toda a história.
Silva menciona algumas vezes a respeito de valorizar ou não as narrativas. O que considero um ponto importante, pois não vejo a ciência apenas com comprovações através da experiência, mas também a consideração do relato e de seu possível relator. Sendo evidente um pensamento mais abrangente, o qual, nesse caso, tratando-se de história, a arqueologia (não necessariamente bíblica), as narrativas israelitas e dos povos vizinhos, além de novos métodos de análise histórica, ou seja, como sugere Silva, uma multiplicidade de métodos.
Coloco ainda, minha corroboração especificamente na importância da investigação histórica e o que Silva deixa transparecer a respeito de não deixar de lado as narrativas, como a aplicação da multiplicidade de métodos para tal investigação da História de Israel, ou História Sírio/ Palestina. Em soma a isso, os textos produzidos do Antigo Testamento, não contemporâneos aos eventos, possuem já influência idiomática, como cultural de demais nações, tendo em vista a diversidade de povos na região correspondente e, indo mais além, até mesmo influências religiosas, percebendo que o povo israelita foi se tornando monoteísta. Por fim, coloco também que as narrativas bíblicas possuem características pré-filosóficas, o que deve ser levado em conta ao utilizá-las em
Referências
Bíblia Online. Nova Versão Internacional. Disponível em [https://www.bibliaonline.com.br]. Data de acesso: 31 Jul 2016.
BÍBLIA, Português. Bíblia sagrada. Trad. João Ferreira de Almeida. Ver. Revista e Atualizada no Brasil. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.
SILVA, Airton José da. A História de Israel na Pesquisa Atual. In: CRISTOFANI, José Roberto. História de Israel. Dourados: UNIGRAN, 2013.
SILVA, Airton José da. A História de Israel na Pesquisa Atual. In: CRISTOFANI, José Roberto. História de Israel. Dourados: UNIGRAN, 2013.