quarta-feira, 29 de junho de 2016

Andar em harmonia

Marcelo Gil da Silva
Teólogo

Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN) Graduado


Imagem do filme Matrix (1999). Extraído de fatosdesconhecidos.com.br
Paulo, que já foi conhecido como Saulo, da cidade de Tarso, hoje na Turquia, cidadão romano, de família judia, viveu no primeiro século da Era Comum (I d.C.). Erudito das escrituras sagradas, nas quais regiam as leis e costumes judeus, foi também perseguidor da ideologia revolucionária de Jesus Cristo, até que a experiência lhe fez ser um dos maiores propagadores dessa mesa ideologia. Dentre muitos ensinos de grande parte dos livros do Novo Testamento bíblico, encontramos em sua carta dirigida à comunidade cristã da Galácia, uma região hoje também na Turquia, orientações a respeito de caminhar no Espírito ou viver pela carne:

(...) vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. (...) se vocês são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da lei. Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos (Gálatas 5:16-18, 22-24).

O Espírito é o espírito de Deus, na qual é a moral divina. Algo como o conjunto dos princípios da realidade de quem ou o que normalmente definimos como Deus. Caminhar no Espírito é conectar-se com tal realidade. Tornar imanente o que é transcendental. Trazer essa realidade a realidade humana.

A carne é o desejo humano, com muito do que é aparentemente bom, mas terminam por trazer consequências maléficas à própria existência humana. Caminhar pela carne é não estar conectado com a realidade divina, por sua vez é não ter a imanência do transcendental. É estar numa realidade sem a realidade de quem ou o que normalmente definimos como Deus.

A compreensão de Paulo a respeito dos ensinos de Jesus Cristo é que aqueles que caminham pelo Espírito, vivem seus frutos, que são: o amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Dessa forma, não estão debaixo das consequências nocivas ao próprio ser humano. Pelo mesmo raciocínio, as duas realidades são opostas, de forma que aqueles que se opõem aos frutos, opõem-se também ao Espírito, por sua vez à realidade do que se entende por divina, sendo também estes contrários ao próprio ser humano, pois se enveredam na realidade destrutiva ao próprio ser humano. Sendo estes humanos, são portanto contrários a si mesmos, vivendo em tristeza, a corrosão de seu próprio ser.

Assim, contrários aos bons frutos, são também contrários às árvores que o geraram e, por sua vez, amigos das más ações as quais destroem o ser humano. Desse modo, contrários às árvores são também aos frutos. O convite de Jesus é que andemos em harmonia, gerando boas coisas, sem que o mal tenha efeito sobre nós e, ainda que sejamos tentados pela desarmonia, continuemos no caminho harmonioso.


Referências

Bíblia Online. Nova Versão Internacional. Acesso em [https://www.bibliaonline.com.br]. Disponível em: 27 Jun 2015.

BÍBLIA, Português. Bíblia sagrada. Trad. João Ferreira de Almeida. Ver. Revista e Atualizada no Brasil. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969. 

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Espiritualidade autêntica e a luta pela justiça social

Marcelo Gil da Silva
Teólogo

Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN) Graduado



Imagem extraída de: oanunciador.files.wordpress.com
O profeta Zacarias, conforme descrito no Antigo Testamento Bíblico, foi um profeta do século VI antes da Era Comum e, como costumeiramente inerente aos profetas hebreus, denunciava as distorções da classe sacerdotal. Vejamos sua visão a respeito a respeito de uma espiritualidade autêntica e a luta pela justiça social:


Então o Senhor dos Exércitos me falou: "Pergunte a todo o povo e aos sacerdotes: Quando vocês jejuaram (...), foi de fato para mim que jejuaram? E quando comiam e bebiam, não era para vocês mesmos que o faziam? Não são essas as palavras do Senhor proclamadas pelos antigos profetas (...)?" E a palavra do Senhor veio novamente a Zacarias: "Assim diz o Senhor dos Exércitos: "Administrem a verdadeira justiça, mostrem misericórdia e compaixão uns para com os outros. Não oprimam a viúva e o órfão, nem o estrangeiro e o necessitado. Nem tramem maldades uns contra os outros" (Zacarias 7:4-10).

Zacarias, como os demais profetas, ensinavam que a verdadeira espiritualidade é praticar a justiça social, alertando que não agrada a Deus o “culto vazio”, ou seja, apenas seguir os ritos de forma tradicional e práticas tidas como espirituais, a exemplo do jejum e, continuar a ferir o próximo, seja pela opressão direta, seja pela inação.

Assim, o profeta Zacarias atentou para o fato que o culto, as ofertas, sacrifícios, rituais tradicionais, como o próprio jejum, não são suficientes, pois fica implícito que todas essas coisas são artificiais, na qual o ser humano pode fazer por fazer. Porém a prática da religião se torna uma espiritualidade autêntica quando se toma atitudes em favor da promoção da justiça social.



Referências

Bíblia Online. Nova Versão Internacional. Acesso em [https://www.bibliaonline.com.br]. Disponível em: 27 Jun 2015.

BÍBLIA, Português. Bíblia sagrada. Trad. João Ferreira de Almeida. Ver. Revista e Atualizada no Brasil. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.

MATOS, Givaldo Mauro. ESTUDOS NO AT: Os Profetas. Dourados: UNIGRAN, 2014. 102p.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

O capitalismo e as classes sociais através de Karl Marx

Marcelo Gil da Silva
Teólogo

Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN) Graduado


The International, pintura de Otto Griebel (1895-1972)
O pensamento de Marx define o trabalho, como o instrumento na qual o ser humano transforma a natureza, pois o próprio ser humano em seu modo de vida necessita transformar o mundo ao seu redor para que seja possível sua existência, compreendendo que é da natureza humana viver pelo seu modo. Assim, como dito anteriormente, as mudanças econômicas e idealistas do século XIX são os ingredientes para o desenvolvimento de um novo olhar da sociedade, como o surgimento de uma nova sociedade, sendo ela fundada no excedente de produção, no trabalho e no consumo.

Karl Marx percebe que a mecanização do trabalho e as linhas de produção industrial produziram uma diversificação do trabalho, o que provocou o surgimento das classes sociais, na qual os indivíduos ocupantes da mesma posição na escala do trabalho são componentes da mesma classe social. Tal percepção divide então a sociedade em classes. Dessa forma, Marx elabora sua visão e busca explicar o mundo recém-formado, o mundo capitalista, fazendo a crítica a essa sociedade, pelo fato de provocar basicamente duas classes, sendo uma a opressora, dona das fábricas e da riqueza acumulada, outra a oprimida, a trabalhadora e causadora da riqueza acumulada da primeira classe.

Tais críticas ao sistema, encontramos em sua obra “O Manifesto Comunista”, com a parceira de Friedrich Engels, como na obra inacabada “O Capital”. Assim, percebemos alguns conceitos definidos por Marx, levando-nos a compreender seu pensamento a respeito de sociedade, como o que o levou a pensar sobre a luta de classes e, embora nesse momento, não relatado de forma explícita, a relação disso tudo com a religião.

Quando Marx fala sobre mercadoria, temos a seguinte definição: “Mercadoria é tudo aquilo que satisfaz as necessidades humanas independentes de quais forem” (MARX apud OLIVEIRA e STEIN, 2014, p. 21). Também podemos perceber sua concepção da transformação da fabricação artesanal para a industrial através da afirmação de Oliveira e Stein: “O quantum do trabalho social envolvido no processo de fabricação industrial é muito maior do que na produção artesanal” (OLIVEIRA e STEIN, 2014, p. 21) C. Aos poucos vamos percebendo que o pensamento de Marx converge para a realidade dessa divisão e tensão de classes, a qual a força de trabalho passa a ser considerada mercadoria. Tal concepção, natural nos dias de hoje, sendo que o trabalhador se resume a uma mercadoria, na qual ele próprio se vende para ser utilizado no sistema social, participante da ilusão de liberdade, em que a definição de preço é uma tensão entre a regulação estatal e os acumuladores de riquezas, sendo em parte, de um antigo sistema de relacionamento de escravidão e servidão desde a antiguidade.

No Manifesto Comunista, a obra de Engel e Marx, já citada anteriormente, expõe-se a possibilidade da classe trabalhadora de revolucionar o sistema, podendo instaurar o modelo comunista de divisão de classes. Assim, vejo semelhanças entre esse pensamento de se libertar da opressão provocada pelo sistema capitalista, por sua vez da tensão de classes sociais, com a Teologia da Libertação, proposta pelo teólogo Leonardo Boff, pois justamente a opressão e necessidade de libertação do povo latino-americano assemelhasse ao que Engels e Marx falavam sobre a tensão de classes sociais, por sua vez, uma dominadora e outra oprimida, gerando um sentimento necessário ao ser humano, de buscar o mundo ideal, sendo ele existente e a ser alcançado, ou mesmo imaginado, porém necessário para que o ser humano reencontre os valores da individualidade e do coletivo. Não os valores atribuídos de uma classe a outra, mas os valores através da ótica do mundo ideal.

Voltando-se para a concepção do mundo ideal, a partir do idealismo hegeliano, o pensamento na qual Marx se utiliza como base, tal mundo é gerado a partir do mundo real, sendo aí um contraponto à religião a partir do transcendental, mas uma religião a partir do mundo real, que concebe um mundo ideal, na qual existe a esperança ao oprimido pelo sistema social no mundo real. Nesse tema, na qual Marx não faz uma alusão direta à religião, mas transparece o pensamento de religião como fruto da necessidade de um mundo ideal, para aqueles que se encontram do lado social que trabalha para sustentar o acúmulo de riquezas da outra classe.


Referências:

BOFF, Leonardo. QUARENTA ANOS DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO. 2011. (Disponível em: [http://leonardoboff.wordpress.com/2011/08/09/quarenta-anos-da-teologia-da-libertacao/]. Acesso em 1 Nov 2014).

MARX, Karl. Trad. Artur Morão. PARA FILOSOFIA DO DIREITO DE HEGEL. Covilhã, Portugal: LusoSofia. (Disponível em: [http://www.lusosofia.net/textos/marx_ karl_para_a_critica_da_filosofia_do_direito_de_hegel.pdf]. Acesso em 1 Nov 2014).

MARX, Karl. ENGELS, Friedrich. Ed. Rident Castigat Mores. O MANIFESTO COMUNISTA. (Disponível em: [http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/manifestocomunista.pdf]. Acesso em 1 Nov 2014).

STEIN, Nedina Roseli Martins, OLIVEIRA, Lilian Sarat De. SOCIOLOGIA GERAL E DA RELIGIÃO. Dourados: UNIGRAN, 2014. 68p.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

A Teoria da Criação

Marcelo Gil da Silva
Teólogo

Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN) Graduado



A Criação de Adão de Michelangelo (1482) - afresco na Capela Sistina, Vaticano. Imagem de www.vatican.va

O deputado federal Jefferson Campos (PSD/SP) é o autor do Projeto de Lei 5336/2016 , apresentado em 18 de maio último a seguinte ementa: 

Acrescenta um parágrafo 10 ao art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional e dá outras providências, para incluir a "Teoria da Criação" na base curricular do Ensino Fundamental e Médio.

A proposta se refere ao mito judaico-cristão, demonstrando a grande influência no continente da colonização europeia, por sua vez, com seu sistema de crenças, ao menos dominante nos tempos da conquista americana, tanto cristã católica como cristã evangélica.

No entanto, há também grande número de pessoas ao redor da Terra, que possuem outras crenças, com diferentes cosmogonias, que incluem o surgimento da Humanidade. Curiosamente, em diferentes culturas, encontramos mitos a esse respeito que se assemelham, o que por sua vez, podemos considerar através de uma crítica analítica, a verdade por trás das muitas histórias e, percebemos que os antigos, se utilizavam de elementos que os eram comuns, não tendo a possibilidade de nos dar as informações detalhadas a respeito de células e átomos, mas contribuíram com suas visões de mundo, para que hoje explorássemos mais a fundo.

Temos uma origem cósmica. Somos feitos dos elementos naturais e, é muito comum a crença de estarmos conectados com o cosmos. Isso tem seu gatilho nas muitas religiões, mas também é o entendimento científico, nas palavras de Carl Sagan: "Somos poeira das estrelas" (SAGAN apud SARAIVA, 2002).

As religiões falam sobre a origem humana de uma forma um tanto poética, enquanto hoje a Humanidade busca respostas para entender como foi o processo original.

Agora basta saber qual "Teoria da Criação" pretende-se ensinar, a judaica-cristã, a dos Tupi, a islâmica, a grega, ou todas as milhares de crenças a esse respeito. Ou podemos propor ensinar não uma religião específica, mas o conjunto de valores comuns para a construção de uma Humanidade fraterna, na qual é o verdadeiro espírito religioso.

É comum vermos uma disputa de verdades religiosas, que já daria uma extensa pesquisa e muitas teses para entender os porquês, mas minha desconfiança é encontrarmos, principalmente na igreja cristã evangélica, sacerdotes em posição de riqueza, poder e fama, em geral, leigos, sem a devida instrução para ensinar a respeito de religião e, quando questionado a respeito de alguma interpretação referentes aos textos antigos, ou outro tema, declara ter poderes da divindade para estar na posição em que está e dizer o que diz.

O discurso bíblico tem a nos ensinar muitas coisas para melhorarmos como humanos e, são elas: o amor, a fraternidade, a justiça, o perdão e tudo o que conduz à vida social que não seja a opressão, a miséria, a fome, a violência. O discurso vai além, penetrando também na manutenção do solo para a agropecuária e na conservação ambiental. Tudo conhecimento dos antigos, cada vez com menos espaço nos espaços religiosos.


Referências:

BÍBLIA, Português. Bíblia sagrada. Trad. João Ferreira de Almeida. Ver. Revista e Atualizada no Brasil. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.

CÂMARA DOS DEPUTADOS. PL 5336/2016. Projetos de Lei e Outras Proposições. Disponível em:[http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2085037]. Acesso em: 8 Jun 2016.

SARAIVA, Maria de Fátima O. Nossa origem cósmica. UFRGS: Porto Alegre, 2002. Disponível em: [http://www.if.ufrgs.br/~fatima/ead/origem.htm]. Acesso em: 8 Jun 2016.  

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Sincretismo Religioso no Brasil

Marcelo Gil da Silva
Teólogo

Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN) Graduado


Imagem extraída de mestresdahistoria.blogspot.com.br
O Sincretismo religioso refere-se à fusão de aspectos de diferentes pensamentos religiosos, formando assim, um novo pensamento híbrido, na qual, comumente, possui traços predominantes de um dos pensamentos que se destacam mais do que os demais que compõe a fusão.

Falar de sincretismo religioso no Brasil nos dias de hoje, nos remete ao passado, afim de compreender a origem de nosso entendimento atual, ou seja, retornar ao passado pré-colombiano, num tempo em que essas terras eram denominadas como Pindorama, pelos nativos que cá estavam.

Com a chegada dos europeus, mais precisamente os que exibiam as cruzes nas velas de suas caravelas, no século XVI, representando a força conquistadora cristã, em seus estados católicos, Espanha e Portugal, tais nações possuíam o objetivo de encontrar novas rotas comerciais, como descobrir tesouros na forma de metais preciosos, como o ouro e a prata e, partem da Europa com o aval do Papa e, trazem consigo à América os Jesuítas, com o objetivo de levar o cristianismo, especificamente a visão da Igreja Católica Apostólica Romana, frente à Protestante.

No Brasil, os padres católicos encontraram nativos com suas diferentes visões de mundo e, mais além, já mestiços, pois os primeiros colonizadores já estavam se miscigenando com os indígenas. Nesse cenário, a mescla cultural e, inclui o aspecto religioso, vai se mesclando, ou seja, o sincretismo através da miscigenação. Essa mescla de visões de mundo, a europeia cristã-católica, com as religiões nativas, gera um novo sistema de crenças.

Posteriormente a inserção de novos povos oriundos da África, trazendo também seus sistemas de crenças, forma-se novamente o sincretismo, mas vale ressaltar que a força do catolicismo propiciou um sincretismo, na qual o sistema de crenças cristão-católico tornou-se o principal, na qual as demais crenças, seja nativa do continente, pelos ditos indígenas, seja pelos africanos, os escravos, compondo assim, uma fusão de três sistemas de crenças, com o predomínio de uma delas, no caso, a cristã-católica.

Ocorreu assim a alteridade, na qual surge uma comparação entre as crenças, de forma a justificar a fé cristã-católica nos elementos das religiões nativas americanas e africanas, no intuito de encontrar uma nomeação natural aos fiéis de tais crenças, afim de assimilar a “fé oficial” das coroas Espanhola e Portuguesa. Apenas fazendo-se parênteses, que ao tratar das duas coroas, temos no Brasil de hoje a influência das duas, devido a uma parte do atual território brasileiro ter pertencido a Espanha antes do Tratado de Madrid (1750) e, justamente ter sido uma área de grande influência religiosa jesuíta, como grande parte da região Sul e, uma parte de onde é hoje o Mato Grosso do Sul, embora pouca presença jesuítica nesse último estado.

Não obstante, o sincretismo não se deu apenas na mescla de culturas e, como abordado, culturas religiosas, mas a miscigenação entre os povos e, tudo contribui para a formação das características que definem o perfil do brasileiro, ao menos o comum estereótipo de um povo alegre, pacífico, miscigenado, tolerante.

É possível também encontrar uma nova forma de sincretismo também no cristianismo pentecostal, na qual se percebe uma série de rituais místicos, que se assemelham às práticas dos sistemas de crenças oriundos da África.

Não podemos separar esses acontecimentos sincréticos da política e do comércio, pois se a política e o comércio serviram à religião, conquistando novos mundos e, possibilidades de novos fiéis, a religião termina por servir a política e o comércio, mantendo o status quo, na qual quem é servo, continue servo, quem é senhor continue senhor, estabelecendo um clima de paz e tolerância, sendo esta através do sincretismo, o que por sua vez, resulta em certa tranquilidade para a exploração dos metais preciosos, o extrativismo e o comércio em si.


REFERÊNCIA

RELIGIÃO E CULTURA NO BRASIL. Dourados: UNIGRAN, 2015. 91p.