É no mínimo curioso o fato de compararmos capitalismo com o feudalismo. Afinal, para se entender capitalismo, normalmente estuda-se antes o feudalismo.
De fato, as raízes do capitalismo estão no feudalismo, o que por sua vez, já é um sistema aprimorado do comércio da antiguidade.
No entanto, podemos perceber hoje, que talvez capitalismo não exista, ou pelo menos, ainda não foi aplicado e, se existe em funcionamento, está apenas em alguns pontos isolados, embora tais pontos devem reagir com outros mercados, já que é um dos princípios do próprio capitalismo.
O que vemos hoje em dia ainda é o feudalismo, porém um feudalismo aprimorado.
Lembremos então alguns aspectos que definiram e que ainda podemos dizer que definem o feudalismo:
No sistema feudal, temos alguns personagens, tais como: o senhor feudal, vassalo, rei, clérigo, cobrador de impostos, soldados, camponeses, dentre outros figurantes.
Temos assim os camponeses, que trabalham na produção de alimentos dentre instrumentos de trabalho, armas e etc. Na prática não possuem lucro, pois tudo que produzem, entregam ao vassalo, que “compra” a produção, em troca, recebem dinheiro ou insumos para continuar produzindo, ou mesmo já se desconta de uma dívida mais antiga. Como trabalham duramente, ocorre alguma sobra, o que seria o lucro, mas o cobrador de imposto leva embora. O que vemos é que os camponeses são como escravos livres. São livres, mas para viverem, trabalham a troco de suas sobrevivências.
O vassalo talvez esteja numa posição privilegiada, pois não é um trabalho braçal, mas a responsabilidade é grande. Ele é um “freelance”, mas na prática é um gerente do senhor feudal. É o vassalo que recolhe a produção dos camponeses e a transforma em dinheiro, para assim prestar contas ao senhor feudal. Como ele está acima de vários produtores, torna-se um intermediário que consegue reunir um lucro, pois um pouquinho de cada um lhe permite isso.
Apesar de ter um “status” um pouco acima dos camponeses, não fica livre dos impostos, mas é claro que o vassalo não deixaria de ter uma quantia não contabilizada.
O senhor feudal é realmente a melhor posição para se estar. Não é o topo, como um rei, ou outro nobre. Não possui um rótulo de alguma crença. Não precisa ter um trabalho braçal. Pode ter tudo que o dinheiro pode comprar.
O senhor feudal é dono das terras, onde os vassalos administram os burgos, ou seja, as vilas, que nada mais são do que os centros de comércio e moradia dos camponeses. Uns senhores feudais são mais ricos e donos de mais terras que outros.
Todo o lucro é dele, porém, as despesas são dos vassalos e camponeses. Porém vale lembrar, que seu padrão de vida é alto, o que lhe dá muitas despesas, mas dinheiro não é problema, pois ele controla a economia, juntamente com o time de senhores feudais.
O rei, ou o monarca que conglomera as terras de alguns senhores feudais, mantém um exército para garantir o sistema econômico dos senhores feudais. O governo é controlado pelos senhores feudais. Porém isso é algo discreto, pois faz bem ao ego do representante do governo pensar que possui tudo sob controle, mas o amontoado de parentes e políticos fazem a política de quem controla o comércio.
Embora haja uma grande contribuição da grande população de camponeses, aqueles escravos livres, os senhores feudais é que acabam pagando os grandes investimentos no país.
Os senhores feudais de um país não são limitados por fronteiras, pois possuem parentes em outros países, além de amigos, sócios, ou mesmo parceiros comerciais, que também são senhores feudais. Porém quando um determinado grupo de senhores feudais é ameaçado pela concorrência, ou mesmo produtividade ruim, decorrente de seca ou outro problema, amigos, amigos, negócios a parte. Uma guerra geralmente ajusta essas diferenças, embora impostos de um território para o outro evita perdas de vidas.
O representante do governo finge que governa, mas acaba fazendo a vontade da corte. Qualquer tentativa de mudar o sistema, deixando o comércio livre, ao invés dos especuladores senhores feudais, poderia fazê-lo perder a sua posição, que além de status, garante uma vida de luxo para si, para família e agregados.
O clérigo tenta ficar neutro de todo esse sistema. Uns têm a crença como profissão e, buscam enriquecer os cofres da central religiosa, além de obter benefícios através de artifícios políticos. Outros, porém levam a sério o aspecto espiritual e, buscam levar mensagens de paz e esperança às pessoas. Os ouvintes ricos normalmente acham que não precisam de Deus, porém os mais pobres buscam a provisão de Deus.
Vejamos agora o capitalismo, ou melhor dizendo, o que acontece hoje em dia:
Temos uma classe operária, os trabalhadores comuns. Produzem no campo ou na cidade. Na prática não possuem lucro, pois tudo que produzem não pertencem a eles, no caso de empregados. Trabalham em troca de um salário, que o gastam na sobrevivência, ou mesmo já se desconta de uma dívida mais antiga. Como trabalham duramente, ocorre alguma sobra, o que seria o lucro, mas os impostos levam embora. Porém não é mais um cobrador de impostos humano, pois o sistema é eletrônico nos dias de hoje. O que vemos é que os trabalhadores são como escravos livres. São livres, mas para viverem, trabalham a troco de suas sobrevivências.
Há uma outra camada de pessoas, denominada empresários, que por sua vez são os donos das empresas onde estão os trabalhadores.
O empresário talvez esteja numa posição privilegiada, pois não é um trabalho braçal, mas a responsabilidade é grande. Ele é um independente, mas na prática é uma espécie de gerente dos grandes empresários, pois estes controlam a economia. Isto é, ditam os preços, controlam a mídia, a vontade dos consumidores. Apesar disso, conseguem normalmente juntar um lucro, mas qualquer balanço do sistema econômico, pode-se perder tudo e até o que não tem.
Apesar de ter um “status” um pouco acima dos trabalhadores, não fica livre dos impostos, mas é claro que o empresário não deixaria de ter um caixa 2.
O grande empresário é realmente a melhor posição para se estar. Não é o topo, como um chefe de estado. Não possui um rótulo de alguma crença. Não precisa ter um trabalho braçal. Pode ter tudo que o dinheiro pode comprar.
O grande empresário é praticamente dono dos mercados, pois em associação com os demais da mesma classe, possuem as empresas chaves que giram a economia global, assim controlam desde os preços até as cores preferidas das pessoas. Os empresários, que estão logo abaixo acabam auxiliando a manter o sistema em funcionamento, pensando que a comércio é livre. Mas que pensem. Os grandes empresários não se importam com pensamentos, mas com dinheiro.
Todo o lucro é dele, porém, as despesas são dos empresários comuns e trabalhadores. Porém vale lembrar, que seu padrão de vida é alto, o que lhe dá muitas despesas, mas dinheiro não é problema, pois ele controla a economia, juntamente com o time de grandes empresários.
O chefe de estado mantém um exército para garantir o sistema econômico dos grandes empresários. O governo é controlado pelos grandes empresários. Porém isso é algo discreto, pois faz bem ao ego do representante do governo pensar que possui tudo sobre controle, mas o amontoado de parentes e políticos fazem a política de quem controla o comércio.
Embora haja uma grande contribuição da grande população de trabalhadores, aqueles escravos livres, os grandes empresários é que acabam pagando os grandes investimentos no país. Apesar de quando as coisas vão mal, passa-se a dívida ao país, como o país não tem como ir a falência, fica o dito como não dito, ou seja, “let it be”, deixa estar.
Os grandes empresários de um país não são limitados por fronteiras, pois possuem parentes em outros países, além de amigos, sócios, ou mesmo parceiros comerciais, que também são grandes empresários. Porém quando um determinado grupo de grandes empresários é ameaçado pela concorrência, ou mesmo produtividade ruim, decorrente de seja qual for o problema, amigos, amigos, negócios a parte. Uma guerra geralmente ajusta essas diferenças, embora impostos de um território para o outro evita perdas de vidas.
O representante do governo finge que governa, mas acaba fazendo a vontade de um parlamento (composto em grande parte por “laranjas” dos grandes empresários ou, “batatas” dos trabalhadores, que passam a ser “laranjas”, graças ao dinheiro dos grandes empresários). Qualquer tentativa de mudar o sistema, deixando o comércio livre, ao invés dos especuladores grandes empresários, poderia fazer o representante do governo perder a sua posição, que além de status, garante uma vida de luxo para si, para família e agregados.
O clérigo tenta ficar neutro de todo esse sistema. Uns têm a crença como profissão e, buscam enriquecer os cofres da central religiosa, além de obter benefícios através de artifícios políticos. Outros, porém levam a sério o aspecto espiritual e, buscam levar mensagens de paz e esperança às pessoas. Os ouvintes ricos normalmente acham que não precisam de Deus, porém os mais pobres buscam a provisão de Deus.
Como vemos, capitalismo não existe na prática. Trata-se de ficção de pensadores modernos.
O que temos hoje é um feudalismo aprimorado, pois há um sistema bem mais complexo de comércio, o que é bom para manter as coisas como estão, pois os trabalhadores comuns, apesar das dificuldades, possuem acesso à cultura, o que não era comum no feudalismo. Com um pouco de estudo fariam uma revolução. Porém o sistema econômico não é local, mas mundial, o que fica restrito o entendimento há uns poucos estudiosos.
Há uma gama muito maior de intermediários, ou seja, os empresários comuns, que em grande parte são trabalhadores aprimorados. Ao contrário dos vassalos, os empresários não conhecem a quem eles prestam obediência. È o que podemos chamar de sociedades anônimas legítimas.
Os grandes empresários são muito diferentes do que se entende por empresários, pois o que temos são até pessoas que nem sabem se têm ou não empresas. São os donos do mundo. O que é útil é o dinheiro deles, este é que “trabalha”, enquanto os grandes empresários dormem, jogam golfe, passeiam de iate, ou seja, enquanto fazem qualquer coisa que não seja se envolver nos problemas do mundo. Seus administradores é que ficam com estas peculiaridades. O entretenimento dos grandes empresários e uma subcamada de administradores é um grande aprimoramento do feudalismo.
Há uma interligação de governo e blocos compostos por diferentes governos, que torna o comércio mais global. Com a informática e avanços tecnológicos, não se controla apenas empresas e mercados, mas também governos. Os governos sempre cumprem o que os grandes empresários querem, pois eles controlam as pessoas. De repente um governante é deposto ou morto. De repente um país é invadido e subjugado.
Além disso tudo, há uma rede de notícias facilmente controlável. Assim, o povo como sempre, vai na onda de quem está por cima, seja senhor feudal, seja grande empresário e, ainda pensa que pensa livremente.
Do ponto de vista espiritual, há hoje mais oferta de crenças do que no feudalismo tradicional, porém não em todo o mundo.
A base de um sistema capitalista está associada ao consumo. Porém esta base de consumidores têm sido os escravos livres, ganhando o suficiente para não morrerem. Isso faz com que não haja um livre comércio. O dinheiro é dosado de forma a controlar a população, sem porém, prejudicar o pseudo capitalismo.
Este sistema de dosagem, provocado por preços, impostos e juros controlados pelos governos, é o grande aprimoramento do feudalismo. Ele é tão organizado, que não é feito pelos grandes empresários. Pelo menos, não indiscretamente. E eles ainda atacam o governo. Assim o povo reclama com o governo e, eles continuam jogando golfe, dando voltas de iate, sem serem incomodados.
Como vemos, o que vivemos hoje é o feudalismo aprimorado.
Marcelo Gil da Silva
Bonito-MS, 2007
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