quarta-feira, 20 de julho de 2016

O que é Religião: uma interpretação a partir de Rubem Aves

Pontifícia Universidade Católica - PUC-SP
Curso de Matemática e Física
Introdução ao Pensamento Teológico


São Paulo, 30 de Maio de 1993


José Luís dos Santos1
Marcelo Gil da Silva2


Imagem extraída de oholyao-em-queimados-rj.com.br
Nenhuma religião é falsa, pois cada uma delas busca a mesma coisa de formas diferentes e, que "amenizam" o sofrimento de seus seguidores. O Homem é um ser que possui sede de conhecimentos, pois não é como os animais que procuram apenas a sobrevivência do corpo. O Homem procura a sobrevivência da alma e, para tal, busca as respostas às suas perguntas, a compreensão de si e das coisas. Busca a paz.

Rubem Alves, em seu livro "O que é Religião", diz que religião é um fato e, de fato é, pois as pessoas a procuram independente da forma. A ciência é uma religião, pois procura a ciência suprema e está é a tal busca, citada anteriormente. O Homem através da religião, utilizando-se de símbolos abstratos, procura sua realização e, através da ciência, utiliza-se de símbolos concretos, também procura sia realização.

O Homem coloca nomes às coisas para poder se comunicar. As coisas t~em seu próprio valor e o Homem às vezes inventa valores que elas não possuem. Por exemplo: O carro serve para locomoção. No entanto, para muitos, ele é a realização do ego. O carro assume um valor simbólico, que não é seu verdadeiro valor. Para essas pessoas, o carro é um símbolo sagrado. Para as pessoas que consideram o carro em seu verdadeiro valor, ele é um símbolo profano. O mundo profano é o mundo em que as coisas assumem seu valor real.

Alguém perguntou a Beethoven, depois de haver ele executado ao piano uma de suas composições: "Que quer o senhor dizer com esta peça musical? Que é que ela significa?" "O que ela significa? O que quero dizer? E simples."Assentou-se ao piano e executou a mesma peça.Ela não significava coisa alguma. Não se tratava de uma coisa que significa outra, um símbolo. Ela era a própria coisa (ALVES, 1981, p.56).

O autor Rubem Alves diz que a peça não possui significado, mas no entanto tem, pois a música é expressão de sentimento e Beethoven o exprimiu em sua composição. As pessoas atribuem valores diferentes às mesmas coisas, mas independente disso, a peça possui um valor único, que pode ser interpretado de várias maneiras.

"O jejum, o perdão, a recusa em matar os animais sagrados para comer, a autoflagelação e, no seu ponto extremo, o auto-sacrifício (...)" (ALVES, 1981, p.62). Será o sagrado mais importante que a vida humana?

O Homem vive em sociedade para sua sobrevivência e, esta é uma questão sagrada. Na verdade, o que o Homem procura é a sociedade perfeita. Se isso é o sagrado, este é  centro do mundo. A cada dia surgem novas ideias que renovam a sociedade para encontrar a perfeição.


Autores:

1José Luis dos Santos é especializado em Telecomunicação e Redes de Computadores pelas Faculdades Associadas de São Paulo - FASP (2007), graduado (Bacharel em Matemática) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1996). Atualmente é Administrador de Sistemas e Redes de Computadores na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Desde 2000 trabalha com Linux e Sistemas Opensource.

2Marcelo Gil da Silva é guia de turismo Regional em Mato Grosso do Sul e especializado em Atrativo Natural, graduado (Bacharel em Teologia) pelo Centro Universitário da Grande Dourados - UNIGRAN (2015). Trabalha como guia de turismo desde 1995.


Referência:

ALVES, Rubem. O que é Religião. São Paulo: Editora brasiliense, 1981. 132p.

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