quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Independência do Brasil

Marcelo Gil da Silva

Teólogo

Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN) Graduado


Independência ou Morte - óleo sobre tela de Pedro Américo, 1888. Imagem do Museu Paulista (São Paulo-SP)
A independência do Brasil foi conquistada ao custo de uma guerra sangrenta que durou aproximadamente vinte um meses, marcada por intrigas, violência e diferentes posicionamentos políticos. A conturbada reviravolta dos finais do século XVIII e início do século XIX, com os ideais revolucionários franceses, o balanço entre renovação romana e os ensaios democráticos americanos, determinaram um cenário complexo à família real luso brasileira, com a missão um tanto circunstancial de levar à Europa e, manchada com sangue, a novidade da monarquia constitucional, abolindo o absolutismo e influenciando as próprias constituições republicanas.

Pouco comentado nas ruas brasileiras, como pouco explorado o tema "Independência do Brasil", pelo ensino tradicional, é uma história intrigante e determinante, não apenas para entender o cenário brasileiro atual, mas nos dá um entendimento a respeito do cenário político de todo mundo ocidental.

No entanto, não podemos apenas tratar limites territoriais e quem governa tais limites, pois os elos ideológicos brasileiros estão conectados a seus antigos elos europeus, como os novos elos estadunidenses, determinando o modo de vida brasileiro, como uma extensão do modo de vida europeu com elementos do modo de vida dos Estados Unidos, ou a extensão do modo de vida dos Estados Unidos com lembranças do europeu.

E no campo ideológico, que se estende ao religioso, dentre todo um aspecto cultural, ainda é necessário uma independência do Brasil. Por mais que tenhamos desenvolvido uma cultura mesclada com a nativa pré-colombiana, além da africana e, nessa mescla, elementos religiosos, terminamos por importar as religiões do hemisfério norte e, com elas, toda sua construção teológica. Assim, quando pensamos em teologia, a temos em geral, importada ou iniciada a partir dos elos pré-independência.

Assim, percebe-se que não se trata apenas a dependência teológica, ideológica e etc. no Brasil, mas em toda a América Latina, a qual dentre seus ensaios tem como mais determinante a elaboração de uma nova teologia, a Teologia da Libertação, por volta dos anos 1970, que vem a contrapor os objetivos nortistas de divisão de classes e exploração do trabalho da maioria. Tais objetivos sob a suposta bandeira da liberdade e oportunidades, com ideologias político-religiosas estáveis do tipo status quo (deixa como está).

De qualquer forma, ainda torna-se necessária a conquista da independência não apenas do Brasil, mas da humanidade, dos grupos de poder acumuladores de quase todos os recursos disponíveis a nossa espécie. Toda vaidade trata-se do lado que acredita que somente alguns tenham sua linhagem continuada e do lado que acredita na continuidade de toda a humanidade.   



Referências

Bíblia Online. Almeida Corrigida e Revisada Fiel. Disponível em [https://www.bibliaonline.com.br]. Data de acesso: 21 Ago 2016.

Bíblia Online. Nova Versão Internacional. Disponível em [https://www.bibliaonline.com.br]. Data de acesso: 21 Ago 2016. 

BÍBLIA, Português. Bíblia sagrada. Trad. João Ferreira de Almeida. Ver. Revista e Atualizada no Brasil. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.

GOMES, Laurentino. 1822. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2010.

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