sexta-feira, 13 de março de 2015

Gradatividade nos pecados

Encontramos em diversas passagens bíblicas a respeito da transgressão ser transgressão, mas ter diferentes graus e consequências, inclusive as bases para a busca das devidas soluções. As Escrituras atentam para que haja justiça e, essa mesma justiça é a base do trono do Deus. Percebe-se também a necessidade do distanciamento do mal, ou seja, uma conduta simplista, mas eficaz para o cristão é “praticar a justiça” e “afastar-se do mal”. É claro, que torna-se necessário acrescentar muito mais coisas, no entanto, mais necessário e urgente é esclarecer o que é “praticar a justiça” e “afastar-se do mal”, além de tradições legalistas, como temos o exemplo da parábola do Rico e do Lázaro, exposta por Jesus, na qual o Rico cometia o pecado da indiferença. Em oposição, temos a história da viúva que deu tudo o que tinha como oferta, conforme o relato de Jesus, sendo que dessa forma, o oposto de seu ato de grande nobreza é um rico ofertar o mínimo dos mínimos, ou nada, levando a se pensar na balança da justiça e percebendo que há uma gradatividade de boas condutas como as más.

Aproveito também para comentar o que Jesus disse a respeito de Judas, que o traiu, sendo que o pecado que ele cometera era maior do que os que o condenavam, pois sendo ele [Judas], conhecedor das verdades transmitidas pelo próprio Jesus, mesmo assim, tendo a livre escolha, escolhe contra seu próprio Mestre. Aqui um dos inúmeros exemplos da gradatividade, como coloca Jesus.

Acredito não poder utilizar da mesma medida para pesos diferentes, ou seja, gravidades diversas. Imagino que a mulher que se apoderou dos queijos, o fez por necessidade extrema, como talvez até mesmo o desespero da fome, buscando preservar a vida, em especial de seus filhos, não podendo eles próprios também buscarem seu sustento.

Líderes religiosos possuem consciência e responsabilidade maior, por serem conhecedores das Escrituras, sendo que mais grave é quando subtraem o que não lhes pertence, tendo em vista também não ser o caso de sobrevivência ou desespero. 

Dessa forma, a mulher que roubou para preservar a vida dos filhos, colocou a vida antes do patrimônio, o que significa dizer que o pecado de ter roubado se torna menor, pelo fato de tê-lo feito para preservação da vida, sendo esta mais importante. No caso de líderes religiosos usurparem o dinheiro da comunidade, trata-se de um pecado maior, tendo em vista terem o feito sem a necessidade de preservação da vida, mas apenas para terem uma vantagem individual, ainda com o agravante de terem traído a confiança daqueles que neles a depositaram.


REFERÊNCIAS

MATOS, Givaldo Mauro. ÉTICA CRISTÃ. Dourados: UNIGRAN, 2015. 134p.

BÍBLIA, N. T. Português. BÍBLIA SAGRADA. Trad. João Ferreira de Almeida. Ver. Revista e Atualizada no Brasil. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.

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