terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A Religião na Antiguidade

Achei muito interessante estudar sobre a Antiguidade e, percebi em Fustel de Coulanges (A Cidade Antiga), que a religião foi fundamental para formação social e que os antigos consideravam os assuntos religiosos de forma mais racional do que se percebe atualmente, até porque a divindade vinha dos ancestrais.

Vê-se também que os reis, comumente das cidades (Cidade-Estado), exerciam mais uma organização religiosa e social do que política e econômica, com seus poderes limitados às decisões dos "patrícios".

Aproveitando-se de uma máquina estatal moldada e a instituição de um sistema de castas, ocorreu uma espécie de "golpe", na qual o rei centraliza os poderes, com o selo da religião, como forma de legitimar seu governo e assim, influencia os sistema políticos mundiais até nosso tempo.

Atualmente, a religião é entendida de uma forma mais irracional, através das emoções e, poderia dizer também espiritual. Enquanto os antigos a tinham como ciência. Os poderes políticos, atualmente, se despem da roupagem religiosa e vão sendo entendida de emanarem do povo, talvez mais percebida por um povo do que outro.

Enfim, na atualidade é válido o entendimento histórico de como chegamos aqui, para a construção de uma nova teologia, afim de resgatar a racionalidade e a autêntica espiritualidade, conectando a Humanidade ao Cosmos, a Deus. Obviamente compreendendo quem é esse Deus, de quem tanto falam, porém pouco se expõe de quem verdadeiramente ele é.

Marcelo Gil da Silva


Referência:

COULANGES, Fustel de. A CIDADE ANTIGA. Trad. Jean Melville. São Paulo: Martin Claret, 2007. 421p.

sábado, 22 de agosto de 2015

O verdadeiro Deus

Saiba quem é o verdadeiro Deus. Ainda que minhas palavras se esfarelem, que meu nome desapareça, que nossa civilização seja esquecida no espaço e no tempo, ele permanecerá.

Ele não se esconde num mundo invisível, pois nós é que não conseguimos ver. Suas palavras não são codificadas, pois nós é que não escutamos. Suas ações não são misteriosas, nós é que não entendemos.

A busca do transcendental pelos padrões humanos frusta religiosos e céticos. Os primeiros por suas crenças e, os segundos por não conceberem o transcendental.

Deus habita o transcendental de tal forma que a religião se conecta a ele de uma forma transcendental. Já a ciência não encontra Deus, pois aos padrões humanos, não se pode compreender o que não se pode observar, ou seja, o transcendental. Até o momento que o transcendental for realidade para nós.

Marcelo Gil da Silva

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Manifestemos

Manifestemos, em nosso desejo de consertar as coisas, mas manifestemos nós, os honestos, mas não somente os honestos, porém encontremos as características de quem realmente seja isento. Assim, procuremos dentre nós:


  • Os altruístas, não teóricos, mas do tipo dos que tirariam seu casaco para dar a quem sente frio;
  • Aqueles que muito tem, mas não se importam em doar ao que não tem, ou mesmo os que poderiam ter uma vida mais confortável, mas utilizam de seus recursos para ajudar aqueles que necessitam de ajuda;
  • Os respeitadores, não importando a situação, que mesmo ao estacionar um carro, estacionam em local distante ou dão várias voltas até encontrar uma vaga, para não ocupar, mesmo que por instantes, uma vaga reservada;
  • Os que ao encontrarem algo que não lhe pertencem, se preocupem em encontrar o dono, mesmo que seja dinheiro e, mesmo que seja muito e, mesmo estando com dívidas, procurar o verdadeiro dono sem esperar reconhecimento;
  • Os que pouco tem, mas dividem esse pouco com o que nada tem;
  • Aqueles que nada tem, mas se um dia algo tiverem, dividiriam com um estranho, no simples intuito de acreditar na bondade;
  • Os que não fazem uma caminhada ou palavras de ordem "compradas", mas originalmente possuem ideias para melhorar a vida de todos, especialmente dos mais pobres;
  • Os que não esperam soluções fáceis, mas colocam o bem de muitos acima do bem pessoal;
  • Aqueles que não se venderiam por benefícios ou qualquer soma em dinheiro, ou seja, aqueles que não podem ser corrompidos, não importando o valor, pois não se dobrariam a nenhum interesse mesquinho.
Reunindo todos estes, então manifestemos a nossa vontade legítima de mudar o mundo para o nosso. Manifestemos.

Marcelo Gil da Silva

sábado, 11 de julho de 2015

Faça seus produtos de limpeza biodegradáveis

No intuito de assumir a responsabilidade na utilização de recursos da Terra, como seu esgotamento, além de garantir a saúde humana e uma releitura do sistema de consumo, na qual tem se manifestado uma lógica de enriquecimento de poucos e, pobreza e opressão de muitos, nossa família desenvolveu algumas receitas para produtos de limpeza BIODEGRADÁVEIS, MAIS BARATOS e MAIS SAUDÁVEIS:

SABÃO LÍQUIDO PARA ROUPAS
(economia de 80% em relação aos produtos industrializados)

O que irá precisar:
  • 2 sabões de coco em barra;
  • 3 litros de água;
  • Bicarbonato de sódio;
  • 1 ralador;
  • 1 panela grande;
  • 3 colheres de sopa;
  • Essência.

Modo de preparo:
  • Rale ou pique de 2 sabões de coco;
  • Esquente 1 litro de água na panela;
  • Dissolva as raspas do sabão de coco na panela;
  • Adicione 3 colheres de sopa de bicarbonato de sódio;
  • Deixe descansar por 1 hora;
  • Coe a solução (para tirar pedaços do sabão não dissolvido);
  • Acrescente 1 litro de água morna;
  • Adicione 3 colheres de sopa de glicerina;
  • Adicione 1 colher de sopa de essência;
  • Acrescente 1 litro de água fria.

AMACIANTE DE ROUPAS
(economia de 90% em relação aos produtos industrializados)

O que irá precisar:
  • 5 litros de água;
  • 4 colheres de glicerina;
  • 1 sabonete ralado;
  • 2 colheres de sopa de leite de rosas.

Modo de preparo:
  • Ferva 1 litro de água com o sabonete ralado até se dissolver;
  • Acrescente mais 4 litros de água fria;
  • Adicione 4 colheres de glicerina;
  • Adicione 2 colheres de leite de rosas.

DETERGENTE PARA LOUÇA
(economia de 70% em relação aos produtos industrializados)

O que irá precisar:
  • 1 sabão de coco neutro;
  • 2 limões;
  • 4 colheres de sopa de amoníaco;
  • 1 colher de sopa de essência.

Modo de preparo:
  • Rale ou pique 1 sabão de coco;
  • Esquente 1 litro de água na panela;
  • Dissolva as raspas do sabão de coco na panela;
  • Esprema os 2 limões e acrescente seu suco;
  • Adicione 4 colheres de sopa de amoníaco;
  • Adicione 1 colher de sopa de bicarbonato de sódio;
  • Adicione 1 colher de sopa de essência;
  • Acrescente mais 3 litros de água fria.

DESIFENTANTE
(economia de 60% em relação aos produtos industrializados)

O que irá precisar:
  • 2 xícaras de chá de vinagre branco de álcool;
  • 2 litros de água;
  • 1 colher de bicarbonato de sódio;
  • 3 colheres de sopa de essência.

Modo de preparo:
  • Misture tudo calmamente num recipiente.

DETERGENTE MULTIUSO
(economia de 70% em relação aos produtos industrializados)

O que irá precisar:
  • 1 litro de água morna;
  • 2 xícaras de chá de vinagre;
  • 1 colher de sopa de amoníaco (amônia líquida);
  • 1 colher de sopa de bicarbonato de sódio;
  • 1 colher de sopa de ácido bórico;
  • 1 colher de sopa de essência.

Modo de preparo:
  • Prepare 1 litro de água morna (aproximadamente de 45º c);
  • Adicione 2 xícaras de chá de vinagre;
  • Adicione 1 colher de sopa de amoníaco (amônia líquida);
  • Adicione 1 colher de sopa de bicarbonato de sódio;
  • Adicione 1 colher de sopa de ácido bórico;
  • Adicione 1 colher de sopa de essência.

AROMATIZADOR DE AMBIENTE
(economia de 90% em relação aos produtos industrializados)

O que irá precisar:
  • 20 ml de álcool de cereais;
  • 350 ml de água filtrada;
  • 10 ml de essência;
  • Embalagem de vidro;
  • Embalagem plástica com borrifador.

Modo de preparo:
  • Misture tudo;
  • Coloque numa embalagem de vidro por 10 dias enrolada num jornal;
  • Transfira para a Embalagem plástica com borrifador.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

O "culto vazio" x espiritualidade autêntica

Sempre se faz necessário lembrar o que realmente agrada a Deus, pois a fé se inicia, muitas vezes genuinamente, mas com o tempo vai se institucionalizando e formando um sistema tradicional, atrelado também à cultura e história do povo que a pratica, a tal ponto de termos uma religião rígida, na qual não corresponde a verdadeira espiritualidade.

Zacarias, como os demais profetas, ensinavam que a verdadeira espiritualidade é praticar a justiça social, alertando que não agrada a Deus o “culto vazio”, ou seja, apenas seguir os ritos de forma tradicional e práticas tidas como espirituais, a exemplo do jejum e, continuar a ferir o próximo, seja pela opressão direta, seja pela inação.

Assim, o profeta Zacarias atentou para o fato que o culto, as ofertas, sacrifícios, rituais tradicionais, como o próprio jejum, não são suficientes, pois fica implícito que todas essas coisas são artificiais, que o ser humano pode fazer por fazer. Porém a prática da religião se torna uma espiritualidade autêntica quando se toma atitudes em favor da promoção da justiça social.


REFERÊNCIAS

BÍBLIA, A. T. Português. BÍBLIA SAGRADA. Trad. João Ferreira de Almeida. Ver. Revista e Atualizada no Brasil. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.

MATOS, Givaldo Mauro. ESTUDOS NO AT: Os Profetas. Dourados: UNIGRAN, 2014. 102p.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Meio ambiente e justiça social na ótica do Papa Francisco

Nada mais natural na atualidade do que a discussão a respeito do meio ambiente e, é claro, a continuidade do discurso "justiça social", tema que repercute desde a Antiguidade, em tempos na qual a sociedade israelita se transfere de uma vida semi-nômade a de assentado, tendo assim a necessidade de toda uma formação legal para garantir os direitos das famílias, como suas dignidades.

Vale citar a respeito do Santo Padre, Francisco, o Papa da Igreja Católica Apostólica Romana, cujo nome de nascença é Mario Jorge Bergoglio, mas adotando o nome Francisco, que significa "livre", em homenagem a Francisco de Assis, por sua vez também tinha outro nome de nascença, Giovanni di Pietro di Bernardoni.

Francisco, o dos dias atuais, fez uma Carta Encíclica, a Laudati Si', cuja tradução do latim "Louvado Seja", remete à interpretação do ser humano estar conectado à Natureza, tendo em vista ter sido feito a partir dela, como menciona o autor, referindo-se ao livro bíblico de Gênesis.

A carta aponta sobre a responsabilidade dessa geração em colocar na pauta política e econômica o compromisso de defesa ambiental, assim como a justiça social, tendo em vista que muitos recursos e, de forma exagerada, como aponta Francisco, são utilizados de forma indiscriminada por uma pequena parcela da humanidade, a ponto de deixar grande parte dessa humanidade sem os recursos necessários à sua sobrevivência.

Francisco aponta que muitos dos danos ambientais se deram pela excessiva industrialização e grande utilização dos recursos do planeta, por parte dos países ricos, por sua vez, são ricos através desses danos, em detrimento de nações mais pobres e, para se acertar as questões ambientais, a proposta dessas nações mais ricas e grandes responsáveis pelos danos é repartir a conta com toda a humanidade, pesando mais, obviamente aos mais pobres.

Esse discurso, pautado na razão, estabelecendo a importância da família humana é comentado em algumas nações, como nos Estados Unidos, por ultraconservadores neoliberais, de forma negativa, acreditando ser um discurso comunista ao estilo "cortina de ferro", mas a Laudati Si' é mais profunda e direta, simplesmente apontando a necessidade de mudança na relação humana dentro da humanidade, como com o meio em que vive.

Em geral, há uma abordagem de diminuição do consumo, tendo em vista todos terem responsabilidade, uma vez que o consumidor controla o processo industrial, por sua vez, a utilização dos recursos naturais.


Referência:

Francisco. LAUDATO SI'. Libreria Editrice Vaticana. Vaticano: Santa Sé, 2015, 88p. Disponível em:[http://w2.vatican.va/…/papa-francesco_20150524_enciclica-la…]. Acesso em: 28 Jun 2015).

domingo, 5 de julho de 2015

A possibilidade de restauração num sistema de opressão

Os profetas descritos no Antigo Testamento da Bíblia sempre denunciaram a opressão que atingia o povo, dentro de sua própria sociedade, como a ruína e submissão às nações estrangeiras. Encontramos, por exemplo no livro de Jonas uma mensagem central, que em resumo: misericórdia, perdão, arrependimento e restauração. O livro dá uma atenção aos opressores, ou seja, os promotores da injustiça, de forma a compreendermos o poder e a sabedoria de Deus, sabendo-se que ele não é um Deus que deseja o mal ou que o promove, mas que esse mal é consequência das próprias ações humanas, tendo em vista os acontecimentos da destruição de Israel e Judá, os exílios e os cativeiros, assim toda nação que seguir o mesmo caminho de prosperar através da injustiça, com as práticas da opressão aos mais fracos e tudo mais, terá destino semelhante.

Vemos que a aplicação nos dias de hoje é que a mensagem de esperança e o perdão de Deus se estendem para todo o ser humano, mesmo que seja ao opressor. Como humanos, deixamos sentimentos de ódio e mágoas tomarem conta de nossos corações, porém, se verdadeiramente estivermos comprometidos com Deus, teremos a verdadeira espiritualidade e, ainda que num primeiro momento não entendamos, podemos deixar que o Espirito de Deus aja e nos faça frutificar, que nada mais é que colocar em prática o projeto de Deus à humanidade, que é amar a Deus e o próximo como a si mesmo.

Também é importante levar em conta, que muitas pessoas participam de uma situação em que estão inseridas do lado opressor sem se darem conta, o que nos remete a compreender que o sistema, ou seja, o mal é o verdadeiro inimigo da humanidade, sendo que a consequência de insistir com a prática de injustiças e, por sua vez se distanciar dos planos divinos, não adiantando ter uma vida aparente de devoção a esse Deus, será a ruína, porém, se deixar de praticar o mal, a injustiça e, convertendo-se assim desse caminho de opressão e tristeza, terá o perdão do próprio Deus e haverá a felicidade.


REFERÊNCIAS

BÍBLIA, A. T. Português. BÍBLIA SAGRADA. Trad. João Ferreira de Almeida. Ver. Revista e Atualizada no Brasil. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.

MATOS, Givaldo Mauro. ESTUDOS NO AT: Os Profetas. Dourados: UNIGRAN, 2014. 102p.